Pesquisadores criam fibra ótica que opera a 99,7% da velocidade da luz

domingo, 31 de março de 2013


Cientistas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, criaram cabos de fibra ótica capazes de transmitir dados de maneira extremamente veloz, atingindo 99,7% da velocidade da luz no vácuo. Com essa rapidez, é possível transmitir 10 TB de dados por segundo, rompendo todo e qualquer recorde em termos de agilidade na transferência de arquivos.

Para entender o avanço obtido pelos pesquisadores, é necessário recordar alguns fundamentos da física. A velocidade da luz é o limite absoluto de velocidade no nosso universo. No vácuo, onde nada resiste ao avanço das partículas, esse barreira atinge a casa dos 299.792.458 m/s (arredondaremos para 300 mil km/s).

Contudo, na superfície da Terra vivemos cercados pela atmosfera e diversos outros materiais. Em cada um deles, a velocidade da luz assume outros valores. Na água, por exemplo, cai para a 70% dos tais 300 mil km/s. Na sílica, que perfaz o interior das fibras óticas comuns, por exemplo, a refração é tanta que atinge apenas 31% do valor limite possível no vácuo. No ar, a refração é menor, e por isso a oscilação é quase imperceptível.

Em resumo, isso significa que, na melhor das hipóteses, uma fibra ótica comum pode transportar informações a velocidades que chegam a 31% da velocidade da luz. Em Southampton, os cientistas decidiram que isso não era o bastante.
Sabendo que o ar causa pouca perda de aceleração, os cientistas da universidade inglesa desenvolveram cabos de fibra ótica que não possuem sílica no interior, mas ar.

A ideia de criar filamentos nas quais o ar é o meio de propagação dos pulsos luminosos não é exatamente original. Contudo, todas as outras tentativas esbarravam na natureza do elemento, que ao contrário do vidro, tem um índice de refração da luz baixo, impedindo que os raios e as informações que ela carrega façam curvas.

Os pesquisadores conseguiram superar o problema com o uso de aros sensíveis a luz, posicionados em toda a extensão dos cab ocos e preenchidos com ar. Esses elementos conseguem propagar a luz sem interferir na velocidade de transmissão.
Ainda incipiente, a tecnologia não tem como superar as fibras óticas comuns para aplicações comerciais, que precisam superar longas distâncias. Mas um uso possível é em grandes data centers, ligando supercomputadores e servidores a velocidades que permitem a transmissão de 10 TB de dados a cada segundo.