
O experimento envolveu apresentar 280 frases experimentais algumas corretas e outras com erros simples e que normalmente passam despercebidos a um grupo de voluntários. As palavras que compunham as sentenças eram apresentadas uma de cada vez, e um pequeno alarme era ativado cada vez que um dos erros aparecia na frase, assim como algumas vezes durante a apresentação das sentenças corretas.
O alarme servia apenas para distrair, e os participantes tinham que responder o mais rápido possível se percebiam o som como baixo, médio ou alto. Além disso, eles também tinham que decidir se as frases que haviam acabado de ler estavam corretas ou não, e os pesquisadores observaram que quando o alarme soava depois que as palavras erradas apareciam, os participantes conseguiram identificar as falhas conscientemente em 89% dos casos.
Por outro lado, quando o alarme era ativado antes dos erros, eles foram detectados conscientemente 51% das vezes. Enquanto os voluntários do estudo faziam tudo isso, exames de eletroencefalografia mostraram que os seus cérebros percebiam os erros e realizavam correções mentais para que as frases fizessem sentido, independente se o alarme soasse antes ou depois das palavras erradas.
Tradução
Em outras palavras, os cérebros são capazes de realizar as correções de qualquer forma, mas, ao ouvir o som do alarme antes dos erros, os participantes se distraiam e, por isso, só conseguiram identificar as falhas conscientemente na metade das vezes.
Segundo os pesquisadores, essa descoberta é especialmente interessante no que diz respeito ao ensino de idiomas, pois demonstra que é possível aprender a gramática de maneira implícita antes que um indivíduo receba educação formal. Entretanto, na prática ocorre o contrário, já que primeiro a gramática é apresentada para, depois, o vocabulário ser construído sobre esse conhecimento.
O estudo sugere que talvez a melhor forma de aprender um novo idioma seja o contrário do que é feito normalmente, deixando que os nossos cérebros absorvam as regras gramaticais de forma implícita, sem que tenhamos que pensar demais a respeito delas. (megacurioso)