Você já deve ter ouvido falar na lenda dos boitatás do cemitério ou dos pântanos. A lenda surgiu quando os primeiros jesuítas portugueses a chegarem ao Brasil avistaram grandes chamas azuladas em locais próximos a covas. Ainda hoje, o fenômeno pode ser visto em alguns cemitérios e regiões pantanosas.
Os portugueses acreditavam que se tratava de uma cobra de fogo (fato que deu origem ao nome do mito, pois “boitatá” significa “cobra de fogo”, em tupi-guarani), mas já existem explicações científicas para provar que toda essa lenda é apenas uma manifestação química da natureza.
Como você sabe, corpos (humanos e também de outros animais) em decomposição atraem uma série de bactérias que aceleram o processo. Com a decomposição, ocorre o acúmulo dos gases metano e fosfina. Aos poucos, esses gases vão à superfície e, ao entrarem em contato com o ar, entram em combustão.
O verdadeiro nome desse fenômeno é fogo-fátuo e ele não dura mais do que poucos segundos. Segundo a revista Mundo Estranho (que entrou em contato com Luiz Henrique Ferreira, químico da UFSCAR), como o fogo faz com que as pessoas se assustem, é muito comum que quem está perto das chamas saia correndo. Nessa situação, o deslocamento de ar faz com que o fogo-fátuo siga os pés da pessoa, causando a impressão de que é uma cobra flamejante.