Quase 57 anos após a única partida de sua história no Maracanã, a seleção da Itália voltará ao estádio neste domingo. A partir das 16h (de Brasília), a equipe enfrenta o México, pela primeira rodada do Grupo A da Copa das Confederações, e encontrará um estádio todo remodelado. O local receberá o primeiro jogo válido por um torneio oficial desde a reforma cujo orçamento ultrapassou a casa de R$ 1 bilhão.
A história da Itália com o Rio de Janeiro é muito breve, o que ajuda a explicar o clima de exaltação dos jogadores e do técnico Cesare Prandelli em torno do Maracanã. “Estamos particularmente emocionados porque este estádio é mítico, onde todos nós sonhamos em jogar”, afirma o treinador.
No local que foi sede da Copa do Mundo de 1950, a seleção italiana atuou apenas uma vez. Foi em 1º de julho e 1956, quando perdeu por 2 a 0 para o Brasil em um amistoso. Os gols foram marcados pelos atacantes Ferreira e Canário, ambos então jogadores do América-RJ.
No Rio de Janeiro, a Itália só jogou outra vez mais: na última terça-feira, quando atletas reservas foram escalados no empate por 2 a 2 em amistoso com o Haiti, em São Januário. A atual é a terceira visita da equipe azul ao Brasil: antes, os italianos só haviam viajado ao País para o amistoso de 1956 e para a Copa do Mundo de 1950. Nesta competição, não tiveram a chance de conhecer o Maracanã devido à eliminação na primeira fase, após derrota para a Suécia por 3 a 2 e vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai, sempre no Pacaembu, em São Paulo.
“Qualquer jogador, qualquer criança sonha em jogar aqui. Tenho a sorte de chegar aqui e jogar minha 100ª partida”, diz o meio-campista Andrea Pirlo, que completará uma centena de jogos pela seleção justamente no Maracanã.
O meia Emanuele Giaccherini, que deve ganhar a vaga do atacante Stephan El Shaarawy na equipe titular, também se empolga com o local, chamando-o de “templo”. Mas ele cita a “grande experiência” dos jogadores e “uma espécie de bloqueio psicológico” para negar que a equipe possa se deixar deslumbrar com a grandeza do estádio que já foi o maior do mundo – com a capacidade reduzida, foram colocados à venda 71.407 ingressos para o jogo da Copa das Confederações, todos vendidos.
Hospedada em um hotel na Barra da Tijuca, a equipe italiana testemunha todos os dias a paixão dos brasileiros pelo futebol. “Da manhã até à noite, sempre há jovens que jogam bola na praia. É uma grande paixão pelo futebol e creio que a perceberemos ainda mais chegando ao Maracanã”, afirma o meia Claudio Marchisio, projetando uma “grandíssima emoção pela história que o estádio tem”.
Entre os italianos, somente o zagueiro Andrea Barzagli fugiu ao discurso-padrão sobre o estádio, confessando que não estudou a história do Maracanã. “Sei que é belíssimo e que foram disputadas grandes partidas lá”, resume sobre o estádio no qual integrantes das delegações de México e Itália tiraram fotos neste sábado, durante o treino de reconhecimento do gramado.
“Estar no Maracanã significa muito para todos nós. É como Wembley (em Londres), o Estádio Azteca (na Cidade do México). É maravilhoso. São sonhos que se tornam realidade”, diz o técnico mexicano, José Manuel de la Torre.
Ao contrário da Itália, o México tem mais experiência no Maracanã. A equipe tricolor já pisou o estádio cinco vezes, sempre em partidas contra o Brasil, colecionando três derrotas, um empate e uma vitória. O êxito foi construído em 31 de outubro de 1968, quando venceu por 2 a 1 o time que contava com Pelé. Diaz, Fragoso e Carlos Alberto Torres marcaram os gols do jogo.
Itália: Buffon; Abate, Barzagli, Chiellini e De Sciglio; Pirlo, De Rossi e Montolivo; Marchisio e Giaccherini; Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli
México: Corona; Flores, Francisco Rodriguez, Héctor Moreno e Salcido; Torrado, Zavala, Barrera e Guardado; Javier Hernandez e Aldo de Nigris. Técnico: José Manuel de la Torre (terra)