Depois da longa batalha contra a Espanha na semifinal de quinta-feira, a Itália voltou a sofrer com o calor e o cansaço, desta vez na disputa pelo terceiro lugar da Copa das Confederações, neste domingo, 30, contra o Uruguai, na Arena Fonte Nova, em Salvador. A seleção italiana fez mais uma dura partida de 120 minutos e teve seu esforço premiado com a vitória sobre os uruguaios nos pênaltis, por 3 a 2, depois de um empate por 2 a 2 no tempo normal e de uma prorrogação sem gols.
O prêmio de consolação foi conquistado a duras penas. Somando as duas últimas partidas, a Itália esteve em campo por 240 minutos num espaço de três dias, sem contar o tempo das penalidades contra os espanhóis. O cansaço teve seu preço. Pirlo, Marchisio e Barzagli ficaram de fora do time neste domingo, por lesão, reforçando a lista de baixas, que já tinha Abate e Balotelli.
Com uma equipe cheia de reservas, a Itália teve como principal novidade o atacante El Shaarawy, do Milan, que foi titular pela primeira vez nesta Copa das Confederações. E, assim como aconteceu na semifinal, os italianos não esconderam o cansaço ao fim da partida. Sem seus principais jogadores, a equipe da Itália contou com a precisão do meia Diamanti na cobranças de falta que geraram os dois gols italianos. Nas penalidades, brilhou o goleiro Buffon. Ele fez três defesas e garantiu o triunfo na Fonte Nova.
Já o Uruguai, mais descansado, jogou com o time quase completo - Gargano entrou no lugar de González, na única mudança em relação à semifinal de quarta-feira contra o Brasil. E, como aconteceu naquela derrota para a seleção brasileira, Cavani foi o destaque uruguaio. O atacante marcou duas vezes, uma delas em cobrança de falta. Mas não foi o suficiente para evitar o revés nas penalidades.
O Jogo
As duas seleções suportaram bem o calor de 28ºC em Salvador e fizeram um primeiro tempo de futebol razoável e bons lances para animar os 43.382 torcedores presentes na Fonte Nova - estádio com capacidade total de 55 mil lugares nesta Copa das Confederações. O Uruguai tomou a iniciativa no começo e chegou a criar duas chances de gol antes dos seis minutos. Mas a Itália respondeu rapidamente, em lance de Chiellini.
Os dois times se alternaram no ataque, com destaque para cobrança de falta perigosa de Forlán, e defesa de Buffon, aos 11. E a finalização rasteira do italiano Candreva, após cruzamento de Di Sciglio, aos 14. O equilíbrio foi quebrado aos 23 minutos, quando Diamanti bateu falta direto no gol. A bola acertou a trave, rebateu nas costas do goleiro Muslera e, quando estava prestes a entrar, foi completada pelo zagueiro Astori. A arbitragem chegou a dar o gol ao meia, mas voltou atrás, após consultar o sistema eletrônico no intervalo, e deu o crédito ao defensor.
O gol confirmou o domínio italiano, principalmente no meio. Os europeus eram mais ofensivos, levavam maior perigo em suas investidas e tinham até 59% da posse de bola. O Uruguai, por sua vez, tinha dificuldade em ligar o seu limitado meio-de-campo com o forte ataque. Com este obstáculo, o Uruguai só conseguiu chegar ao gol em lance de bola parada. Forlán bateu falta na área e Cavani cabeceou para as redes, aos 31 minutos. O árbitro, porém, assinalou impedimento e anulou o gol.
O empate só veio no segundo tempo. Em uma rara ligação eficiente do meio para o ataque, Gargano puxou contra-ataque e lançou na esquerda. Luiz Suárez deixou para Cavani bater cruzado, aos 12, e fazer 1 a 1. O gol renovou o ânimo dos uruguaios, que cresceram em campo. O time sul-americano acelerou o jogo e chegava com mais facilidade no ataque. Aos 21, Forlán desperdiçou duas grandes chances, em finalizações à queima-roupa quase dentro na pequena área. Buffon fez a primeira defesa no susto e a segunda com o pé esquerdo.
E, justamente quando o Uruguai parecia perto da virada, a Itália voltou a liderar o placar. Após ter "perdido" a autoria do primeiro gol, graças à alteração do árbitro, Diamanti enfim marcou o seu gol de falta, em cobrança com categoria aos 28 minutos. A vantagem, porém, durou pouco tempo. Quatro minutos depois, Cavani voltou a igualar o marcador, em mais uma cobrança de falta. Buffon saltou com atraso e não conseguiu evitar o segundo gol uruguaio, que levou o duelo para a prorrogação. Mas, diante do calor baiano, os dois times não tiveram condições de criar jogadas de maior relevância no tempo extra.
Exauridos, os italianos tentaram manter a bola no meio-de-campo, com ataques discretos, enquanto os uruguaios tentavam surpreender em lances rápidos. Os 30 minutos não foram suficientes para tirar a igualdade do placar. E os italianos foram mais uma vez para uma decisão por penalidades na Copa das Confederações. Desta vez, com melhor aproveitamento, graças ao goleiro Buffon. Ele defendeu as cobranças de Forlán, Cáceres e Gargano. A Itália, por sua vez, contou com finalizações certeiras de Aquilani, El Shaarawy e Giaccherini. Di Sciglio parou na defesa de Muslera, mas não atrapalhou a vitória italiana. (atarde)