Estar apaixonado é uma maravilha, certo? Principalmente se o sentimento é correspondido, pois assim tudo fica bem e termina com uma música bonitinha, como naqueles filmes a que você assistia na adolescência. Tudo vai bem até o momento em que o filme passa a ser “Ele não está tão a fim de você”. Depois de um fim de namoro ou de uma desilusão amorosa antes mesmo de qualquer coisa começar, todo mundo parece ter uma receita infalível: é preciso esquecer.
Você sabe o que fazer nesses casos? Sabe esquecer? Será que tem como sofrer um pouco menos? A boa notícia é: tem. Então, se você está numa pior, sofrendo com seu coraçãozinho aos pedaços, antes de qualquer coisa, sorria. Sua avó estava certa: para tudo na vida há um jeito. O portal io9 ouviu a opinião de algumas pessoas com moral suficiente para falar de alguns casos de amores não correspondidos. Confira a seguir quais são as dicas dadas por quem entende do assunto.
A mágica do esquecimento
Você geralmente resolve tirar alguém do seu coração – ou da sua cabeça? – quando seus sentimentos não são correspondidos ou quando a pessoa, ainda que esteja ao seu lado, trata você não muito bem. É lógico que existem outros motivos, mas esses dois são os mais comuns. Nesses casos, você pode se questionar se é possível ter algum tipo de controle a respeito do sentimento que você quer esquecer.
É como o filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”, no qual os personagens passam por um processo maluco de simplesmente deletar tudo relacionado à outra pessoa, como se nosso cérebro tivesse uma tecla mágica que, uma vez acionada, apagasse tudo e acabasse com o sofrimento. Se você já assistiu ao filme, é bem provável que já tenha sentido vontade de fazer o mesmo, não é?
Vício
Uma pesquisa em neurologia descobriu, recentemente, que qualquer um tem autonomia para escolher esquecer um amor. Uma das responsáveis pelo estudo, a antropóloga Helen Fisher, explicou que sua equipe analisou o comportamento cerebral de uma pessoa superapaixonada.
Eles descobriram que o amor intenso ativa uma área do cérebro chamada de núcleo accumbens, associada com recompensas e, consequentemente, com o prazer e até mesmo com o vício. Para se fazer uma comparação, é essa região do cérebro que é ativada quando alguém viciado em bebida sabe que irá beber em breve, por exemplo.
Levando em consideração esse fator viciante, Fisher recomenda que, se você quiser esquecer uma pessoa, deve tratá-la como o paciente que quer deixar um vício de lado e livrar-se de tudo o que possa fazer com que você se lembre do(a) ex, além, é claro, evitar ligar e vasculhar cada passo dele(a) no Facebook. É a mesma lógica do alcoolista que, se quer parar de beber, deve tirar a garrafa de vinho de perto.
Controlando pensamentos
Essa é uma das coisas mais difíceis de fazer, mas não impossível. Quem falou a respeito disso foi o psicólogo da Universidade de Oklahoma, nos EUA, Robert Sternberg. De acordo com ele, se você não conseguir deixar de pensar na pessoa, deve se lembrar sempre dos maiores defeitos dela.
Você também precisa levar em consideração que um relacionamento só dá certo se as duas partes estiverem devidamente conectadas e quiserem isso. Se a pessoa com a qual você estava não quer mais ficar ao seu lado, esse é um direito dela, e provavelmente é o melhor a ser feito, já que não seria justo se apenas você estivesse de cabeça na relação, certo?
Você pode encontrar outra pessoa, já pensou nisso? Há muita gente por aí e talvez aquela que estava ao seu lado antes não seja a melhor. Porém, é preciso ficar sempre atento para não acabar apenas usando alguém para preencher o posto de quem não está mais com você. Pode ser também que essa pessoa nova seja passageira e você vai precisar reconhecer isso.
E lembre-se, sempre, de se manter ocupado, seja estudando, trabalhando, indo à academia ou fazendo qualquer coisa que não permita que seu cérebro fique ruminando os últimos acontecimentos. Isso ajuda bastante. Sempre tente alguma coisa nova, aleatória e criativa. Nada de ficar dando indiretazinhas em redes sociais – isso é feio.
Prevenção
O psiquiatra da Universidade de São Francisco, Thomas Lewis, afirma que o amor, assim como o álcool, faz parte de um processo que envolve intoxicação, fator que se confirmou em pesquisas de neuroimagem. Esses estudos observaram que, quando a pessoa está apaixonada, algumas áreas cerebrais ficam suprimidas: as responsáveis por julgamentos críticos e por emoções negativas. Aquela história de que “o amor é cego” talvez faça sentido, então.
Lewis acredita que futuramente teremos neurobloqueadores disponíveis, em forma de comprimidos, com a finalidade de impedir que nos apaixonemos e também de interromper a paixão. Segundo ele, é possível pensar nisso, já que já existem substâncias em fase de teste para inibir o desejo por álcool. Será que funcionaria?
A boa notícia para quem quer esquecer um amor é que todos os especialistas procurados afirmaram ao io9 que dificilmente são questionados a respeito de como fazer isso. Pelo contrário: parece que muita gente quer saber como manter a paixão por mais tempo. E aí está a boa novidade para você, que acabou de voltar para a ala dos solteiros: a paixão dura pouco. Portanto, em breve, é possível que você ache um absurdo ter sofrido tanto por causa daquela pessoa. O jeito é esperar um pouquinho e logo você estará livre desse sofrimento todo. (megacurioso)