O mistério do número da besta, 666

sábado, 22 de junho de 2013


É uma confusão dos diabos. Há várias interpretações, mas nenhuma delas é convincente, disse o historiador Nachman Falbel, da Universidade de São Paulo, especialista em história judaico-cristã. A cifra demoníaca aparece no livro bíblico do Apocalipse, cuja autoria é atribuída a São João. No versículo 18 do capítulo 13, o apóstolo escreve: Quem tiver discernimento calcule o número da besta, pois é número de homem; e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. 

Uma das explicações está na própria língua hebraica, falada pelos cristãos na época em que o texto foi escrito. As letras do alfabeto hebraico sempre são associadas a números. A palavra khai (vida), por exemplo, corresponde ao número 18. Essa correspondência se chama gematria. Uma das associações gemátricas a 666 corresponde a Nero César, diz o teólogo Eduardo Cruz, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Nero foi imperador de Roma do ano 54 ao 68. 



Durante seu governo, perseguiu duramente os cristãos. A mensagem, portanto, tinha um conteúdo político contra a opressão romana, afirma Cruz. Muitos historiadores acham, no entanto, que o número corresponde a um cálculo de tempo dos antigos hebreus. Talvez ele marcasse o início de uma era de sofrimento, iniciada 666 anos depois de uma determinada data, afirma Falbel. O que ninguém sabe é que data seria essa.